The streaming tresses of the Egyptian queen
[i]
The Constellations, William Cullen Bryant.
Not Berenice's locks first rose so bright,
The heavens bespangling with dishevell’d light.
[ii]
Rape of the Lock, de Pope.
COMA BERENICES
Para nós, é a Cabeleira de Berenice ou, mais raramente, Mecha de Berenice. Já os franceses chamam-na de Chevelure; os ingleses, Berenice’s Hair; os italianos, Chioma; os espanhóis, Cabellera; e os alemães, Haupthaar. Seu nome latino atual é frequentemente abreviado para Coma, que também é um nome alternativo usado em muitos idiomas. Ela jaz a sudoeste de Cor Caroli.
Coma Berenices, na representação de Hevelius |
Ela parece ter sido aludida pela primeira vez por Eratóstenes como Cabeleira de Ariadne em sua descrição da Coroa de Ariadne; embora posteriormente, em sua nota sobre o Leão, ele tenha mencionado o grupo como Πλόκαμος Βερενίκης Ἐυεργέτιδος.[iii] Mas por quase 2000 anos seu direito a um lugar entre as constelações não estava garantido, pois era contabilizada entre as ἀμόρφωτοι situadas atrás da cauda do Leão, ou era unida à Virgem, ou parcialmente reconhecida como um asterismo independente. Tycho, no entanto, resolveu a questão em 1602 ao catalogá-la separadamente, adotando seu antigo título que atualmente usamos.
Coma Berenices, num atlas de Bode |
Arato, talvez, tenha-lhe feito menção, embora de modo indefinido, no 146.o verso dos Fenômenos:
movem-se individualmente, cada uma em sua parte e anônimas.[iv]
mas, é claro, não forneceu seu nome, pois escreveu o poema sob o reinado de Ptolomeu II Filadelfo, enquanto que esse era desconhecido até aproximadamente o ano 243, no reinado de Ptolomeu III Evérgeta, irmão e marido de Berenice, cujo cabelo de cor âmbar vemos representado na figura estelar. Foi a feliz criação dessa constelação por Conão de Samos que consolou o casal real após o roubo das mechas do cabelo da rainha do templo de Arsínoe Afrodite no Zefírio.[v] Algumas versões da história tornaram o cabelo da dama em uma estrela cabeluda, um cometa.
O escoliasta de Arato, entretanto, referenciou-se a ela, bem como Calímaco, que a denominou Βόστρυκος Βερενίκης;[1] e seu poema sobre ela, atualmente perdido, foi imitado 200 anos depois por Catulo, em uma das mais belas odes, descrevendo-a como os
consagrados despojos da loura cabeça.
Úmida do pranto, a mim, que me retirava aos templos dos deuses,
a deusa postou, estrela nova, no meio das antigas.
(…) ante o vagaroso Boieiro
o qual, com custo, é tardiamente imerso no profundo Oceano. [vi]
A bela e comovente lenda do Sudário de Verônica, com seu vera icon,[vii] foi associado com nossa constelação devido à similaridade das palavras, pois alguns supõem que a santa fosse a Bernice herodiana, — em latim Beronica, — convertida à Cristandade por sua empatia com os sofrimentos de Cristo. Elizabeth Eastlake narra-o em History of our Lord in Art, sua continuação da série Sacred and Legendary Art, de Anna Brownell Jameson.
Higino usou Βερενίκης πλόκαμος; e Ptolomeu, simplesmente πλόκαμος para três de suas estrelas entre as ἀμόρφωτοι do Leão, chamando-a νεφελοειδής συστροφή, uma condensação nebulosa. Este nome foi representado como al-Atha por Ali ibn Ridwan, ou, como Golius o transcreveu, Al Ultha, que significa tudo o que é abundante e numeroso.
Manílio não menciona a Cabeleira, embora ele tenha escrito 250 anos após Conão; nem, é claro, o fizeram os versificadores de Arato, ao menos nominalmente, já que a figura não é distintamente especificada nos Fenômenos.
Crines e Crines Berenices (Mechas de Berenice) são títulos encontrados em épocas clássicas, reconfigurado como Berenices Crinis no globo construído em 1536 por Caspar Vopel; Flamsteed optou pelo plural Comae Berenices, e Lalande, Capilli (Cabelos). Cincinnus (Caracóis de Cabelo) é usado no globo de Mercator de 1551, mas nele consiste de apenas uma estrela e duas nebulosas; e o Almagesto Latino do mesmo ano trazia Convolutio nubilosa quae cincinnus vocatur,[viii] com esta nota à margem, em referência às estrelas da Cabeleira como informes do Leão: plocamos graecē, latinē vero cincinnus, hoc est, caesaries & coma virginis, Berenices fortasse crinis qui ā Poeta Calimacho in astra relatus est. Sed cincinnum barbari tricam vocant.[ix] O Almagesto de 1515 já tinha esse nome Trica, descrevendo-a como nubilosa e luminosa; mas Bayer mudou-o para Tricas, Tericas e Triquetras, tomando-os provavelmente do baixo grego τριχες (Tranças).
Coma Berenices, no planisfério de Coronelli. |
Plínio escreveu na Naturalis Historia: nec [cernit] Canopum Italia et quem vocant Berenices crinem,[x] que Bostock e Riley corretamente traduziram, em 1855, como “nor can we, in Italy, see the star Canopus, or Berenice's Hair”;[xi] mas Holland traduziu-o, em 1601, como “neither hath Italy a sight of Canopus, named also Berenices Hair”,[xii] um erro que levou à crença de que os céus do sul tivessem outro grupo estelar com esse mesmo nome. E esse disparate foi perpetuado, mesmo no New English Dictionary de Murray, que definiu a palavra como um nome “antigamente atribuído à estrela austral Canopus”, citando como fonte a supramencionada frase de Holland. Além disso, a declaração de Plínio sobre não ser possível avistar a Cabeleira da Itália, é claro, estava incorreta tanto àquela época quanto hoje em dia.
Julius Schiller modificou a constelação para que ela representasse o Flagelum Christi (Flagelo de Cristo).
Thompson escreveu em seu Glossary, pg. 134, que
Foi sugerido por Landseer (apud Sabaean Researches, p. 186), do estudo de um monumento simbólico assírio, que as estrelas com as quais Conão compôs a Cabeleira de Berenice (Higino, in Poeticon Astronomicon, II, 24, cf. Ideler, Sternnamen, pg. 295) e que se situam no Leão opostas às Plêiades em Touro, eram originalmente consteladas como uma Pomba; e que esta constelação, cujas primeiras estrelas nascem juntamente com a última daquelas de Argo, e cujas últimas nascem simultaneamente com a mão do Lavrador, liga-se melhor do que as Plêiades ao mito astronômico do Dilúvio. O caso assenta-se em pouquíssimas evidências e, de fato, ilustra bem as dificuldades conflitantes de tais hipóteses: mas é merecedor de investigação, ainda que apenas pela razão de ter a Coma Berenices sete estrelas visíveis (Higino), e as Plêiades, seis, um leve indício de uma possível explicação para a Plêiade perdida.[xiii]
Serviss, que fez algumas belas comparações estelares, disse que ela tinha uma
curiosa cintilação, como se teias de aranha cobertas por gotas de orvalho estivessem lá enredadas. Alguém poderia pensar que a velha senhora das canções de ninar que fora varrer as teias de aranha do céu tivesse pulado esse canto, ou então que sua delicada beleza a preservara até mesmo do instinto doméstico dela.[xiv]
Em Hudibras a constelação é chamada de Berenice’s Periwig (Peruca de Berenice); enquanto outro de seus nomes antiquados foi Berenice’s Bush (Guedelha de Berenice), encontrado no Schoole of Skil de Thomas Hill, em 1599, mas mesmo assim tornado clássico em seu uso por Chaucer e Spenser; e Smyth diz que houve um nome ainda mais grosseiro.
Coma Berenices, entre o Boieiro, o Leão e a Virgem. Representação de Ignace Pardies. |
Bayer também menciona o nome Rosa, que representaria uma Grinalda de Rosas; mas ele a representou na prancha do Boieiro como um Maço de Trigo, em referência à Virgem Ceres situada ao lado; de fato, Karsten Niebuhr, no Cairo em 1762, ouviu chamarem-na al-Ḥuzmah, o termo arábico para aquele objeto ou para um Amontoado de Frutas, Grãos ou Madeira. O globo de Dresden tinha-a como uma Coroa de Heras, ou, tão provavelmente quanto, uma Roca segurada pela mão da Virgem, a qual foi designada Fusus vel Colus, Fila et Stamina, a Roca, o Fio e a Trama; ou talvez o Caduceu de Mercúrio, colocado aí quando a Cabeleira era parte da Virgem, e esta última constelação, a casa astrológica daquele planeta.
Bayer representou a constelação como um Maço de Trigo, à direita do Boieiro. |
Mas na antiga Arábia, de modo bem diferente, ela era al-Ḥauḍ, o Lago, para o qual a Gazela, nosso Leão Menor, corria quando assustada com o balanço da cauda do Leão; embora alguns dos observadores do deserto afirmassem que tal Lago se situasse entre as estrelas do pescoço, peito e joelhos da Grande Ursa; e Friedrich W. V. Lach a substituísse pela própria Gazela que situamos no Leão Menor. Os astrônomos arábios conheciam a Cabeleira como al-Halbah, ou ainda al-Ḍafīrah, o Pelo Grosso, ou Tufo de Pelos, na cauda do Leão zodiacal, estendendo assim essa figura para além de sua atual terminação na estrela Denebola.
A Cabeleira provavelmente era a constelação conhecida no antigo Egito como as Muitas Estrelas.
Os chineses tinham muitos nomes para essa parte do céu; sua lucida seria Dōng Shǎng Jiāng, o Primeiro General do Leste, mas também Tài Zuǒ Wǔ, a Quinta Excelência do Leste;[xv] β, 37 e 41 Comae compunham Zhōu Dǐng, a Pira Imperial da Dinastia Zhōu; um pequeno grupo na direção da Virgem era Wǔ Zhū Hóu, os Cinco Lordes; γ, 2, 5, 7, 12, 13, 14, 16, 17, 18, 20, 21 Comae e outras menores eram Láng Wèi, os Oficiais da Guarda Imperial; e 31 Comae, Láng Jiāng, o Capitão dos Guarda-Costas. Há ainda Xìng Chén, o Oficial de Honra, que têm sido modernamente atribuída à variável de longo período GK Comae, embora tal associação possa estar errada visto que a variação conhecida dessa estrela mantém sua magnitude abaixo da usual detectabilidade a olho nu. Esta abundante nomenclatura, em uma figura tão débil, evidencia o grande interesse por parte dos chineses neste belo e pequeno agrupamento estelar.[xvi]
Argelander enumerou trinta e seis estrelas na Cabeleira, Heis estendeu esse número a setenta.
Embora não seja fácil ao observador casual localizar qualquer uma de suas estrelas individuais, tirando a lucida, três delas receberam letras — α, β e γ — que correspondem aos números 42, 43 e 15 de Flamsteed, respectivamente. Dentre essas, supõem se que 15 Comae, uma estrela alaranjada, corresponda à arábia al-Ḍafīrah, do nome que Ulugh Beg forneceu para o conjunto que ele posicionou entre as informes do Leão. Hyde citou alguns códices antigos que atribuiriam à estrela 21 Comae, mais ao sul, o título Qissīn, um tipo de Hera, Convolvulus, ou talvez a trepadeira conhecida como Rosa Canina. Ulugh Beg evidentemente derivou o nome do κίσσινος de Ptolomeu, mas Ideler afirma que ele deveria marcar as estrelas c, g e h, e Baily, que seria para 21 ou 23 Comae.
Há evidentemente muita incerteza acerca do letreamento e numeração das estrelas da Cabeleira; e é notável que tais diminutos objetos tenham nomes individuais.
Em algum momento no século XX, a estrela α ganhou o nome popular Diadem (Grinalda ou Láurea), que indica sua posição como se estivesse coroando a figura estelar. O nome foi oficializado em 2017 pelo WGSN da União Astronômica Internacional.
A estrela 31 Comae é, dentre as estrelas visíveis a olho nu, a que mais próximo se encontra do polo norte da Via Láctea, o que a fez receber o título informal Polaris Galacticus Borealis. O polo sul galáctico se encontra na Baleia.
Próximo a 6 Comae encontra-se M 99, ou NGC 4254, uma das diversas galáxias apelidadas de Catavento [xvii] — essa, no caso, o Catavento de Coma —, uma das mais exuberantes do céu.
Notas de Rodapé (do texto original)
[1] O nome Berenice, e sua variante Beronice, vêm de Βερενίκη, a forma macedônia do grego Φερενίκη, a Portadora da Vitória; e também é encontrado no Novo Testamento como Βερνίκη, ou Bernice, o nome da notória filha de Herodes Agripa I e esposa de seu irmão Herodes Agripa II. Dele, alguns filólogos derivaram o italiano Vernice, o francês Vernis, o inglês Varnish, o espanhol Barnis, e nosso termo Verniz, todos indicativos da côr âmbar similar à dos cabelos da dama; Βερενίκη posteriormente se tornou uma palavra no Baixo Grego para âmbar.
Notas Explicativas da Tradução
[i] Verso 15 do poema The Constellations, de William Cullen Bryant. Em tradução aproximada: “As tranças escorridas da rainha egípcia”.
[ii] Versos 129-130, Canto V, do poema satírico The Rape of the Lock, de Alexander Pope. Em tradução aproximada: “Os cachos de Berenice não se brilharam tanto na primeira vez em que subiram aos céus, enfeitando-os com uma luz tão embaraçada”.
[iii] Traduz-se como “Tranças de Berenice Evérgeta”. Berenice era a esposa de Ptolomeu III Evérgeta, o terceiro soberano da dinastia ptolemaica, que governou o Egito entre 246 e 221 aC.
[iv] Verso 146 dos Fenômenos de Arato, na tradução de Raphael Zillig (in Arato, Fenômenos. Cadernos de Tradução, 38, jan-jun, 2016, org. Bacarat Jr., J. C., Porto Alegre: Instituto de Letras da UFRGS). Allen usou a tradução versificada por Brown Jr.: “Each after each, ungronped, unnamed, revolve”. No original grego: “ἁπλόοι ἄλλοθεν ἄλλος ἀνωνυμίῃ φορέονται”.
[v] Conta-se que Berenice decidiu ofertar uma mecha de seu cabelo ao templo de Arsínoe Afrodite em Zefírio em troca do retorno em segurança de seu marido que se lançara a uma expedição militar na Síria. Posteriormente a mecha desapareceria do templo, segundo Conão, confiscada pela própria deusa Afrodite que a colocou nos céus.
[vi] Excerto dos versos 62-68 do Poema 66 de Catulo, na tradução ao português feita por Maria Mendes Cantoni (apud Tradução do poema 66 de Catulo: elementos prosódicos, Anais da VI SEVFALE, Belo Horizonte, UFMG, 2006, pg. 1435). Allen usou uma adaptação abreviada, cuja referência não consegui encontrar: “the consecrated spoils of Berenice's yellow head, which the divine Venus placed, a new constellation, among the ancient ones, preceding the slow Bootes, who sinks late and reluctantly into the deep ocean” (os despojos consagrados da cabeça amarela de Berenice, que a divina Vênus colocou, uma nova constelação, entre as antigas, a qual precede o lento Boieiro, que afunda tardia e relutantemente no oceano profundo). O original latino diz: “devotae flavi verticis exuviae, / uvidulam a fletu cedentem ad temple deum me / sidus in antiquis diva novum posuit: / (…) / vertor in occasum, tardum dux ante Booten, / qui vix sero alto mergitur Oceano”.
[vii] Segundo os estudiosos católicos, o nome Verônica seria derivado da composição vera (lat. “real) e ikon (gr. “imagem”). Isto é, o Sudário de Verônica é o sudário que traz a “imagem real” de Cristo.
[viii] “Concentração nebulosa que é denominada Caracóis de Cabelo”.
[ix] “Plocamos é seu nome grego, no entanto em latim é Cincinnus, isto é, os exuberantes e puros cabelos de Berenice, ou talvez suas mechas, que segundo o poeta Calímaco estão representados entre as estrelas. Mas os bárbaros chamam Cincinnus de Trica”.
[x] Citação ao capítulo LXXI do Livro II do Naturalis Historia de Plínio.
[xi] “Tampouco podemos, da Itália, ver a estrela Canopus ou a Cabeleira de Berenice”.
[xii] “Tampouco tem a Itália a visão de Canopus, também chamada Cabeleira de Berenice”.
[xiii] A hipótese de Landseer é que a Cabeleira de Berenice representaria a pomba solta por Noé pois a constelação, além de ter sido supostamente figurada como uma Pomba na Assíria, nasceria logo após Argo (a Arca) e pouco antes da mão do Lavrador (o Boieiro, aqui representando Noé). Quem confronta essa hipótese com o papel atribuído às Plêiades é Thompson, provavelmente com base em mitos semíticos que ligam o aglomerado ao Dilúvio, bem como no folclore judaico, segundo o qual Jeová teria removido da esfera celeste duas estrelas das Plêiades, para que as águas situadas acima do céu caíssem pelo firmamento (in James G. Frazer, 1919, Folk-Lore in the Old Testament, vol. 1, Londres: Macmillan & Co., pg. 143-144). Em certas passagens, a Bíblia menciona um grupo de sete estrelas o qual é tradicionalmente identificado como as Plêiades. Thompson lembra que a Cabeleira de Berenice compõe-se de sete estrelas visíveis a olho nu, enquanto as Plêiades são normalmente seis, o que poderia ter levado à lenda da “plêiade perdida”, isto é, à necessidade de justificar que havia anteriormente sete estrelas visíveis, para se encaixar na narrativa bíblica. Por sua vez, a “plêiade perdida” é uma lenda antiga, talvez anterior ao período greco-romano. A mitologia e a cosmografia clássica respaldavam a existência de sete estrelas — donde seu nome Setestrelo, em Portugal —, mas a maioria dos antigos só conseguia observar seis estrelas. Isso é mencionado por Ovídio em Os Fastos, Livro IV, 170: “Quae septem dici, sex tamen esse solent” (que se diz serem sete, mas são apenas seis), e por Higino no Poeticon Astronomicon: “Hae numero septem dicuntur, sed nemo amplius sex potest videre” (que se contariam em sete, mas que ninguém pode ver mais do que seis). Posteriormente esse mito foi explicado como uma variação de luminosidade de uma das plêiades menores, possivelmente Mérope, Electra ou Celaeno.
[xiv] No original em inglês: “curious twinkling, as if gossamers spangled with dewdrops were entangled there. One might think the old woman of the nursery rhyme who went to sweep the cobwebs out of the sky had skipped this corner, or else that its delicate beauty had preserved it even from her housewifely instinct”. Não fui capaz de localizar a origem desta citação de Garrett P. Serviss.
[xv] Allen fornece o nome Hing Chin para essa estrela. Todavia esse nome só é mencionado em uma única ocasião por Williams, na frase “Hing Chin, a star in Coma Berenices, near E Leonis” (in Observations of comets, from B.C. 611 to A.D. 1640, pg. 16). Nada nessa frase implica que se trate da estrela α Comae. Tampouco Reeves no Apêndice do Dictionary of the Chinese Language, de Morrison, cita uma estrela denominada Hing Chin. Teria Allen confundido “a star in Coma” com “α star in Coma”?
[xvi] Allen incluiu neste parágrafo a seguinte nota de rodapé para esclarecer as identificações que usou: “Some of these letters may be from Flamsteed, as he applied a, b, c, d, e, f, g, and h to a small portion — the centre — of the constellation; but Baily, his editor, has rejected them as being only a temporary arrangement”. Julguei desnecessário mater essa nota, uma vez que empreguei identificadores mais atuais (e menos dúbios) para as respectivas estrelas.
[xvii] À época de Allen, M 99 recebia o nome Pinwheel Nebula (Nebulosa do Catavento) pois as galáxias espirais ainda eram identificadas como nebulosas de forma espiral. O nome Pinwheel (Catavento) é compartilhado com pelo menos três outras galáxias: M 101, M 83 e M33, sendo atualmente mais usado no caso das duas primeiras.
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