Cetus


Noto leva a ela a inimiga Baleia. [i]
Fenômenos, de Arato.


CETUS

a Baleia ou Monstro Marinho, corresponde ao inglês Whale ou Sea Monster, ao francês Baleine, ao italiano Balena, ao alemão Walfisch e ao neerlandês Walvis. Baleia é também a tradução de Jīng Yú, seu atual nome na China.

A Baleia, na representação de Hevelius.

Esta constelação foi identificada, desde pelo menos os dias de Arato, com a criatura mítica enviada para devorar Andrômeda, mas transformada em pedra ao avistar a cabeça de Medusa nas mãos de Perseu. Adições posteriores à história, de Plínio e Solino, afirmavam que os ossos do monstro foram levados a Roma por Escauro, medindo o esqueleto quarenta pés de comprimento e as vértebras seis pés de circunferência; de São Jerônimo, que escreveu que os vira em Tiro; e de Pausânias, que descreveu uma fonte próxima que era vermelha devido ao sangue do monstro. Mas a lenda na qual a Baleia figurou parece ter sido bem conhecida no Eufrates muito antes de nossa era; e, tendo chegado a Eurípides e Sófocles, apareceu em seus dramas, bem como em muitas obras da literatura subsequente.

A Baleia no atlas de Coronelli
Para o título estelar, os gregos usualmente acompanhavam Arato e Eratóstenes, denominando-a Κῆτος, mas eles também usavam Ὀρφίς, Ὀρφός e Ὀρφώς, uma espécie de cetáceo; e os equivalentes Πρῆστις e Πρίστις,[1] de πρῆθειν, soprar ou esguichar, um hábito comum do animal. Esta última palavra, variadamente transliterada, era comumente usada pelos autores de Roma para a constelação, aparecendo como Pristis, Pristix e Pistrix, qualificada pelos adjetivos auster, Nereia, fera, Neptunia, aequorea e squamigera.[ii] Cetus, todavia, tem sido seu título usual desde o tempo de Vitrúvio, com a variante Cete entre escritores de astronomia do século XVII, embora a figura estelar seja diferente de qualquer baleia conhecida pela zoologia.

As Arateas de Cícero [2] e Leiden mostram-na com cabeça de galgo, orelhas e pernas dianteiras, mas com uma cauda longa, tridentada; o conjunto, talvez, foi inspirado no antigo baixo-relevo de Perseu e Andrômeda no Museu de Nápoles. Ela é assim encontrada no globo de Farnese, e essa representação pode ter dado origem ao, ou se originou do, primitivo título que Lalande citou: Canis Tritonis (Cão de Tritão), seu próprio Chien de Mer. Mas o Hyginus de 1488 traz uma criatura parecida a um golfinho com probóscide e presas, imitada na edição de 1535 por Micyllus; e Dürer variou ainda mais o formato da cabeça e das partes dianteiras.

Portanto, nessas, como em todas as demais representações, ela é vista como uma criatura marinha estranha e feroz, já de algum tempo associada à história de Andrômeda, mas que inicialmente, talvez, tenha sido o Tiamat Eufratiano, do qual outras formas eram o Dragão, a Hidra e a Serpente; de fato, alguns supuseram que o nosso Dragão fosse o inimigo de Andrômeda devido a sua proximidade na esfera celeste aos outros personagens da lenda. Mas como um significado alternativo da palavra Κῆτος é Atum,[3] também um significado de Χελιδονίας, aplicado ao Peixe do norte no zodíaco, não é improvável que essa última figura fosse substituída na lenda pela Baleia que o tempo consagrou. [iii]

A Baleia, no Uranometria de Bayer

Às vezes, a Baleia é representada nadando no rio Erídano, embora geralmente esteja descansando à sua margem com as patas dianteiras na água; sua cabeça, diretamente abaixo de Áries, é marcada por um pentágono irregular de estrelas, e o corpo estende-se desde a curva do Erídano à da Corrente que emana da Urna.[iv] Ocupa um espaço de 50° de comprimento por 20° de largura e, portanto, é uma das figuras mais extensas do céu; no entanto, não apresenta nenhuma estrela mais brilhante que a 2.a magnitude, tendo apenas uma com este brilho.

John Bevis usou a mesma representação da Baleia em Bayer.
Contudo, nota-se em sua ilustração a relação desta com o rio Erídano.



Argelander enumerou 98 estrelas visíveis a olho nu nesta constelação; e Heis, 162.

A Baleia, nas Tábuas Afonsinas
O Almagesto de 1515 e as Tábuas Afonsinas chamavam-na Balaena, mas Fírmico escreveu Belua, a Besta ou o Monstro, um nome mais apropriado que o nosso. Bayer citou para ela Draco, e desenhou-a assim, embora sem asas; ele também forneceu para ela Leo, Monstrum marinum, Ursus marinus, Orphas e Orphus; e Grócio citou Gibbus, Corcovada, de autores anônimos.

Certamente os astrônomos arábios conheciam a constelação e denominavam-na al-Qayṭas,[v] donde vieram Elketos, Elkaitos e Elkaitus; mas seus predecessores, que não ouviram falar sobre a Família Real e seu inimigo, separavam estas estrelas em três asterismos muito diferentes. Aquelas na cabeça, α, γ, δ, λ, μ, ξ1 e ξ2, eram al-Kaff al-Jidhmāʾ, a Mão Amputada, de uma suposta semelhança com sua Mão Tingida, nossa Cassiopeia; η, θ, τ, ζ e υ, no corpo da nossa Baleia, eram al-Naʿāmāt, os Filhotes de Avestruz; e as quatro alinhadas ao longo de 3° de arco na cauda, todas designadas pela letra φ, eram al-Niẓām, o Colar.[vi]

A escola bíblica do século XVII via aqui, é claro, a Baleia que engoliu Jonas; e comentaristas daquele grande poema astronômico, o Livro de Jó, afirmaram que ela simbolizava o Leviatã sobre o qual o Senhor falou ao patriarca. Julius Schiller visualizou nela São Joaquim e Santa Ana.

O pitoresco apelido Easy Chair (Poltrona) foi popularmente aplicado a ela, em função do arranjo de suas estrelas principais, estando as costas do assento inclinadas em direção a Órion.

A Baleia na representação do alemão Bode

Embora seja uma constelação antiga, a Baleia não se destaca muito, a não ser por conter o polo sul da Via Láctea e a Estrela Maravilhosa, a variável Mira; e pelo fato de conter várias inúmeras galáxias, que fazem parte do superaglomerado Pisces-Cetus, sob o qual se encontra hieraquicamente Virgo, o superaglomerado de galáxias mais próximo de nós.[vii]

α, 2.53, laranja brilhante.

Seu nome oficial Menkar, das Tábuas Afonsinas de 1521, e as variantes Monkar em Scaliger e, noutras fontes, Menkab vêm do árabe Mankhir ou Mankhar, o Nariz, que figurativamente é um tanto inapropriado pois marca as mandíbulas abertas do Monstro. É a estrela proeminente no lado nordeste da constelação.

O nome al-Kaff al-Jidhmāʾ, encontrado no globo borgiano, foi empregado por Ulugh Beg e al-Tizīnī para ela, do antigo termo com o qual os árabes chamavam todas as estrelas situadas na cabeça da figura; mas nas listas modernas este se aplica apenas a γ.

Na astrologia, pressagiava perigo advindo de grandes feras, desgraças, má sorte e doenças para os nascidos sob sua influência.

Na China, α, γ, δ, λ, μ, ν, ξ1, ξ2 e outras estrelas menores formavam Tiān Qūn, o Celeiro Celestial Circular.[viii] A conta disso, α era individualmente chamada Tiān Qūn Dà Xīng, a Grande Estrela do Celeiro Celestial Circular; mas também era conhecida como Liù Jiá Nán Xīng, a Estrela ao Sul dos Seis Jia.


outra, embaixo da cauda da Baleia escura. [ix]
Fenômenos, de Arato.


β, 2.02, amarela.

Diphda, seu nome oficial, bem como uma antiga variante Difda derivam do árabe al-Ḍifdaʿ al-Thānī, o Segundo Sapo, latinizado como Rana Secunda; o Primeiro Sapo, al-Ḍifdaʿ al-Āwwal, era a estrela Fomalhaut.

Todavia, durante muito tempo seu nome mais popular foi Deneb Kaitos, da expressão arábia al-Dhanab al-Qayṭas al-Janūbīyy, a Cauda da Baleia em direção ao Sul, isto é, a Parte Sul da Cauda da Baleia. Chrysococcas tinha o sinônimo Ὀῦρα τ͂ου Καίτου, arbitrariamente formado do árabe; e as Tábuas Afonsinas de 1521 chamavam-na Denebcaiton.

Na China, ela era Tǔ Sī Kōng, o Superintendente das Construções, e também Bì Sù Nán Xīng, a Estrela ao Sul da Muralha.

Encontra-se a aproximadamente 40° a sudoeste de α Ceti; e embora lhe esteja hierarquicamente abaixo na ordem das letras, β é presentemente mais brilhante do que ela, ainda assim ambas foram registradas como γ — isto é, de 3.a grandeza — por Ptolomeu; e Agnes Clerke assegurou que essa inversão no brilho ocorreu durante o século XVIII.

A um terço de sua distância até β Andromedae encontra-se um grupo de estrelas menores que John Hill juntou, em 1754, para criar uma nova constelação chamada Testudo (Tartaruga), atualmente desusada.

γ, Tripla, 3.5, 7 e 10.2, amarelo pálido, azul e alaranjada.

A estrela primária desse sistema é oficialmente denominada Kaffaljidhma, da expressão árabe al-Kaff al-Jidhmāʾ usada para todo o grupo estelar que marcava a cabeça da Baleia.

As duas componentes principais desse sistema estão separadas por 2.6″. A terciária está bem mais afastada, por 840″. Sua pertinência ao par é presumida devido a elas estarem a distâncias similares ao Sol, bem como partilharem do mesmo movimento próprio, características similares às de Proxima Centauri com respeito ao par α Centauri A e B.

δ, 4.0, era outra das estrelas que compunham o asterismo árabe al-Kaff al-Jidhmāʾ. Embora não tenha nome oficial, tais estrelas receberam apelidos derivados desse nome no Technical Memorandum 33-507 da NASA, de 1971: δ como Al Kaff al Jidhmah III, ξ1 como Al Kaff al Jidhmah I, ξ2 como Al Kaff al Jidhmah II e μ como Al Kaff al Jidhmah IV.

ε, 4.8,

com π, era parte do asterismo Ninho do Avestruz que se situa principalmente em Erídano; e com π, ρ e σ compunham o grupo que al-Ṣūfī denominou al-Ṣadr al-Qayṭas, o Peitoral da Baleia; no passado este nome foi romanizado impropriamente como Al Sadr al Kaitos, daí as denominações não oficiais que o Technical Memorandum 33-507 da NASA conferiu às suas estrelas constitutivas: ε como Al Sadr al Kaitos III, ρ como Al Sadr al Kaitos I, σ como Al Sadr al Kaitos II e π como Al Sadr al Kaitos IV. Apesar de sua letra, ε é a mais débil dentre essas quatro estrelas.

ε, ρ e várias outras estrelas menores formavam o asterismo chinês Chú Hāo, o Feno.

ζ, 3.7, amarelo topázio,

é Baten Kaitos, derivado do arábio al-Baṭn al-Qayṭas, a Barriga da Baleia, embora a estrela se situa bem mais acima no corpo da figura. As Tábuas Afonsinas representaram este nome como Batenkaiton e Batenel Kaitos; e Chilmead, como Boten Elkaitos. [x]

No catálogo de estrelas de al-Akhṣāṣī al-Muwaqqit, ela tinha o nome Rabah al Naamat, corruptela do árabe Rābiʿ al-Naʿāmāt, que foi traduzida ao latim como Quarta Struthionum, o Quarto Avestruz.

Na astrologia, ela previa quedas e golpes.

Ela forma com χ de 5.a grandeza uma dupla muito vagamente visível a olho nu; e ela mesmo possui uma companheira binária espectroscópica.

η, 3.4, amarela.

Deneb e Dheneb, do árabe Dhanab, Cauda, são nomes que já foram usados para esta estrela, especialmente em listas, mapas e globos ingleses; mas incorretamente, pois η, no Atlas de Heis, jaz na base da cauda, e nos de Bayer e Argelander, no flanco do Monstro, enquanto há outras duas, β e ι, assim nomeadas na localização apropriada. Ainda assim, embora seja um nome de significado enganoso, parece já ter amplo reconhecimento e aceitação. O Century Cyclopedia estende-o como Deneb Algenubi, aparentemente por confusão com β Ceti, que era al-Dhanab al-Qayṭas al-Janūbīyy, a Cauda da Baleia em direção ao Sul.

O catálogo de al-Akhṣāṣī al-Muwaqqit fornece para ela o nome Aoul al Naamat, corruptela do árabe Awwal al-Naʿāmāt, traduzido ao latim como Prima Strutionum, o Primeiro Avestruz.

Na China, ela fazia parte do asterismo Tiān Cāng, o Celeiro Celestial Quadrado, juntamente com ι, θ, ζ, τ e outras estrelas menores.

θ, 3.6, era Thanih al Naamat, segundo al-Akhṣāṣī al-Muwaqqit, do árabe Thānī al-Naʿāmāt, traduzido ao latim como Secunda Strutionum, o Segundo Avestruz.

ι, 3.6, amarelo brilhante,

é outra Deneb Kaitos à qual os arábios adicionaram al-Shamālīyy (do Norte) marcando assim a ramificação mais setentrional da causa, embora Heis a coloque ao Sul. Deste adjetivo arábico, o Standard Dictionary muito inadequadamente forneceu Schemali como o nome da estrela, com a variante Shemali promovida por outros; enquanto o The Cambridge Guide to the Constellations a entitula Deneb Kaitos Shemali.

Ela é ainda parte do asterismo chinês Tiān Cāng, o Celeiro Celestial Quadrado, juntamente com η, θ, ζ, τ e outras estrelas menores.

λ, 4.6, foi ocasionalmente chamada Menkar, por marcar exatamente o Nariz da Baleia, e merecia mais tal título; mas foi aplicada pelos árabes também à α — e atualmente é o nome oficial desta.

ο, Variável, 2 até 10.1, amarelo vívido.

Mira — seu nome oficial, que em latim significa Maravilha —, Stella Mira, Mira Ceti e Collum Ceti (Pescoço da Baleia) são todos títulos empregados para a Estrela Maravilhosa situada no pescoço da Baleia, o objeto que mais se exibe nos céus como variável de longo período tipificando sua classe.

Ela foi percebida pela primeira vez como um astro de 3.a magnitude em 13 de agosto de 1596, e novamente em 15 de fevereiro 1609 por David Fabricius, um astrônomo amador discípulo de Tycho Brahe; mas sua real natureza só foi determinada em 1638 por Phocylides Holwarda da Frísia, — o primeiro registro estabelecido de uma estrela variável.

Ilustração do Historiola Mirae Stellae, de
Hevelius, mostrando a posição de Mira.

Em 1603, Bayer designou-lhe a letra ο quando ela ostentava a 4.a magnitude, evidentemente num momento em que ela tinha brilho reduzido e sem conhecimento de sua variabilidade; Hevelius, tendo-a observado de 1659 a 1682, inseriu-a em seu Prodromus como Nova in Collo Ceti (Nova no Pescoço da Baleia); e Flamsteed, numerando-a como 68, descreveu-a como in pectore nova (Nova situada no tórax) e de 6.a magnitude em 18 de outubro de 1691, e novamente em 28 de setembro de 1692.

“Isso era algo extraordinário e único até que aquela in Collo Cygni foi descoberta: e a atenção que despertou entre os astrônomos está detalhada no Historiola Mirae Stellae[xi] de Hevelius em 1662; desta forma virtualmente nomeando-a em “comemoração ao assombro causado pela detecção da periodicidade estelar”. [xii]

Seu período, fixado por Bouillaud em 1667 como 333 dias, é atualmente considerado 332 dias, mas este está sujeito a irregularidades extremas, — em vários momentos, ela não foi vista a olho nu por vários anos consecutivos — e seus máximos e mínimos são ainda mais irregulares: o máximo de cada ciclo pode variar entre 2 e 4.9, enquanto o mínimo oscila entre 8.6 e 10.1. Assim, no pico pode emitir mil e setecentas vezes mais luz do que no mínimo. Geralmente o máximo dura cerca de quinze dias; o aumento do brilho cerca de sete semanas, e a diminuição, cerca de três meses.

Sir William Herschel escreveu em 1783 que ela tinha uma cor de vermelho granada profunda como a de μ Cephei.

Seu espectro é o 3.o tipo de Secchi, apresentando linhas brilhantes de hidrogênio à época do máximo.

Mira jaz quase exatamente sobre a linha que use γ a ζ, um pouco mais próximo à primeira.

π, 4.2, era parte do asterismo chinês Tiān Yuàn, os Prados Celestiais, que se estendia em direção ao Erídano.

τ, 3.5, era Thālith al-Naʿāmāt, traduzido ao latim como Tertia Struthionum, o Terceiro Avestruz.

π, 4.2, era parte do asterismo chinês Fū Zhì, a Foice.

φ1, φ2, φ3 e φ4, estrelas de 5.a e 6.a magnitudes, formavam al-Niẓām, o Colar. Na China, elas eram Tiān Hùn, Chiqueiro Celestial. Foi próximo a elas que Harding de Lilienthal descobriu o asteroide Juno, em 2 de setembro de 1804, o 3.o dentre esses objetos a ser encontrado.

O pequeno grupo formado por 1, 2, 3, 6, 7 e 9 Ceti formavam o asterismo chinês Bā Kuí, a Rede para Capturar Pássaros.

No âmbito da campanha IAU100 NameExoWorlds, os três seguintes sistemas exoplanetários da Baleia receberam nomes oficiais.

HD 224693 foi batizada pelos mexicanos recebendo o nome Axólotl, um tipo de anfíbio da bacia do México; seu planeta HD 224693b recebeu o nome Xólotl, palavra que significa “animal” e também é nome de uma divindade asteca associada ao planeta Vênus. Ambas as palavras vêm do idioma náuatle.

WASP 71 foi batizada pelos tanzanianos como Mpingo, nome de uma árvore que cresce no sul da Tanzânia e produz uma madeira escura para instrumentos musicais. Seu planeta WASP-71b recebeu o nome Tanzanite, nome de gema preciosa abundante no país. Tais nomes foram escolhidos de modo a homenagear recursos naturais famosos típicos da Tanzânia.

BD −17° 63 foi batizada pelos cubanos recebendo o nome Felixvarela, em homenagem ao Félix Varela y Morales (1788–1853), primeira pessoa a ensinar ciência em Cuba; seu planeta BD −17° 63b recebeu o nome Finlay, em homenagem a Carlos Juan Finlay (1833–1915), epidemiologista cubano que foi pioneiro no estudo da Febre Amarela.


Notas de Rodapé (do texto original)


[1] Esta palavra é a origem do termo Physetere usado por Rabelais no Quarto Livro de Pantagruel.
[2] Este é o famoso Manuscrito Harley 647 da coleção do British Museum, de Robert Harley, o primeiro Conde de Oxford. Trata-se de uma cópia iluminada da tradução que Cícero fez dos Fenômenos de Arato, reproduzida e anotada por Ottley no 26.o volume da Archaeologia em 1834. O manuscrito foi produzido na França, durante o século IX. Versos do Astronomica de Higino estão inscritos dentro dos limites de cada figura ilustrada.
[3] Este atum, bem comum na costa norte-americana, conhecido como Thunnus thynnus na ictiologia, é encontrado no Mediterrâneo com o peso de até 450 kg.


Notas Explicativas da Tradução


[i] Excerto dos vv. 356-357, dos Fenômenos de Arato, na tradução de C. Leonardo B. Antunes (in Arato, Fenômenos. Cadernos de Tradução, 38, jan-jun, 2016, org. Bacarat Jr., J. C., Porto Alegre: Instituto de Letras da UFRGS). Allen usou a tradução versificada por Brown Jr.: “The south wind brings her foe / The Ocean beast”. No original grego: “τὸ δέ οἱ νότος ἐχθρὸν ἀγινεῖ κῆτος”.
[ii] Em tradução aproximada: “austral, de Nereu, selvagem, de Netuno, marinho, escamosa”.
[iii] É curioso notar que na representação clássica o Peixe do norte parece investir contra Andrômeda.
[iv] A Corrente e a Urna são asterismos da constelação do Aquário.
[v] Embora com menor frequência, o nome árabe também surge escrito como قيطوس (Qīṭūs).
[vi] A rigor, النظام (al-Niẓām) significa uma “régua” ou “arranjo ordenado”, bem como “método, sistema, lei”. Ideler é quem o traduz como Linea seu funiculus margaritarum, isto é um colar de contas ou pérolas. Mas a tradução como “régua” ou “estrutura regular” não seria implausível, embora talvez abstrata para os nômades.
[vii] Ao tempo de Allen, não havia o conhecimento de que certas “nebulosas” fossem galáxias, sistemas estelares independentes e similares à nossa. Por isso, aqui Allen escreve como se a constelação fosse o “ponto de condensação” de várias nebulosas, ao longo de um arco que começaria na Virgem: “and from the fact that it is a condensation point of nebulae directly across the sphere from Virgo, also noted in this respect”. Na verdade, Virgem é onde se encontra o centro do aglomerado de galáxias Virgo, que faz parte do superaglomerado Pisces-Cetus.
[viii] Allen incluiu nesse grupo a estrela ο Ceti, com base nos esboços de Williams na prancha 8 do seu Observations of comets, from B.C. 611 to A.D. 1640. Mas identificações cruzadas empreendidas nos últimos anos por astrônomos chineses não a consideram parte deste asterismo.
[ix] Excerto do v. 398, dos Fenômenos de Arato, na tradução de C. Leonardo B. Antunes (in Arato, Fenômenos. Cadernos de Tradução, 38, jan-jun, 2016, org. Bacarat Jr., J. C., Porto Alegre: Instituto de Letras da UFRGS). Allen usou a tradução versificada por Brown Jr.: “The other ‘neath the dusky Monster's tail”. No original grego: “ὁ δὲ κυανέου ὑπὸ Κήτεος οὐρῇ”.
[x] Allen afirma que Chilmead a denomina “Boten”, mas o nome que se encontra à p. 102 do A Learned Treatise of Globes é “Boten Elkaitos”.
[xi] Citação a Smyth, W. H. 1844, A Cycle of Celestial Objects, Londres: John W. Parker, pg. 60. No original: “This was singular in its kind, till that in Collo Cygni was discovered; and the attention it excited among astronomers is detailed in the Historiola Mirae Stellae”.
[xii] Allen marcou como uma aparente citação essa frase: “commemorating the amazement excited by the detection of stellar periodicity”. Não encontrei a referência original.

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