Zodíaco Solar


...Co largo cinto d'ouro, que estelantes
Animais doze traz afigurados,
Apousentos de Febo limitados [i]
Os Lusíadas, Luiz de Camões



O ZODÍACO SOLAR

Muitas teorias foram propostas para o local e época de surgimento deste, mas atualmente parece ser de consenso geral que ele se tenha originado, especialmente na forma que o temos, na arcaica astronomia eufrateana, possivelmente com apenas seis signos alternados: Touro, Câncer, Virgem, Escorpião, Capricórnio e Peixes, e mais tarde dividido por causa da ocorrência anual de doze plenilúnios em partes sucessivas dele. Não obstante, Sérvio, lá pelo ano 400 dC, afirmou que, por um longo tempo, o zodíaco consistiu de 11 constelações, sendo o Escorpião e suas garras um signo duplo, uma característica herdada pela Grécia e Roma.

Scenographia systematis mvndani Ptolemaici, uma das belas pranchas
do Harmonia Macrocosmica de Andreas Cellarius, publicado em 1660. A
eclíptica é representada por uma faixa que porta os doze signos zodiacais.


Riccioli, em torno de 1650, citou como uma denominação “caldeia” Hadronitho Demalusche, ou Círculo dos Signos, mas isto deve ser tomado com muita boa vontade [1], pois em sua época os estudos babilônicos ainda não tinham começado; enquanto especialistas atuais creem que ele fosse conhecido pelos acadianos como Innum, e como Pidnu-sha-Shame, o Sulco dos Céus, arado pelo celestial Boi Condutor, nosso Touro, o qual, entre cerca de 3880 a 1730 aC, foi o primeiro dentre os doze.

Embora nosso conhecimento acerca da astronomia desse reino ainda seja limitado, é certo que os nomes acadianos dos meses estavam intimamente relacionados às divisões desse grande círculo; o calendário provavelmente foi inspirado nas estrelas em cerca de 2000 aC, de acordo com o Prof. Archibald Henry Sayce, de Oxford. Daí passou para os hebreus através da Assíria e de Arã, como a identidade de suas denominações nesses territórios indica; e os onze, ou doze, signos durante algum tempo se tornaram objetos de idolatria junto a esses povos, como é evidenciado pela história detalhada em Reis 2, XXIII, 5.

Na lenda da criação babilônica, ou Enûma Eliš, publicado por George Smith em 1876 [2], os signos são chamados de Mizrātā, — uma palavra bem semelhante denomina a Via Láctea, — que geralmente se supõe a origem do Mazzārōth bíblico; sendo Mazzālōth a forma usada nos Targuns e em escritos hebraicos posteriores. Esta palavra, embora de derivação incerta, pode vir de uma raiz com o significado de “observar”, e as constelações portanto marcariam as vigílias da noite ao passar sucessivamente pelo meridiano; mas o Dr. Thomas Hyde [3], o versado erudito de Oxford que traduziu em 1665 as Zīj, ou Tábuas, de Ulugh Beg, e as obras de al-Tizīnī [ii], derivou-as de Ezor, um Cinto; enquanto mais recentemente Dillmann relacionou-as a Zāhir, de Zuhrah, uma Estrela Resplandecente, e assim significando algo especialmente luminoso. Ainda assim, esta palavra bíblica tem sido traduzida de várias formas, aparecendo como a Ursa Maior, Sírius, os planetas ou até mesmo as constelações em geral; de fato, supõe-se que ela signifique as Mansões Lunares.

Outro título dos hebreus para o Zodíaco era Galgal Hammazālōth, o Círculo dos Signos; e Bayer assevera que eles fantasiosamente o denominavam Opus Phrygionarum, a Obra dos Frígios, i.e., dos bordadeiros em ouro.

O historiador judeu Flávio Josefo, seguido por São Clemente de Alexandria em 200 dC, supunha que as doze gemas no peitoral do sumo sacerdote poderiam referenciar-se aos doze signos zodiacais. Fílon de Alexandria, aproximadamente da mesma época, associava-os com as estrelas do sonho de José; o poeta Johann Christoph Friedrich Schiller, em Die Piccolomini, assim aludia à opinião antiga bem como ao seu carácter sagrado:

Doze! Doze signos tem o zodíaco, cinco e sete,
Os números sagrados se incluem no doze;

enquanto Smyth escreveu:

As imagens alegóricas da benção de Jacó foram associadas por diversos autores aos signos da Via Solis, donde Deus, como arqueiro, torna-se o Sagitário. Antiquários hebreus há muito tempo reconheceram Enoque como inventor das divisões dodecatemórias, e ambos Berōssōs (o historiador caldeu de cerca de 260 aC) e Josefo declaram que Abraão era famoso por suas observações celestes,

e até mesmo ensinou aos Egípcios.

Com respeito a este último povo, apesar de nossas doze figuras aparecerem no planisfério de Dendera, indubitavelmente por influência grega ou romana, temos pouco conhecimento sobre qual foi o zodíaco de sua astronomia nativa, embora, talvez, ele representasse suas doze principais divindades; e São Clemente nos conta que a Íbis Branca, ou Sagrada, Ibis aethiopica ou religiosa, era dele o emblema. O padre jesuíta Atanásio Kircher [4], 1602-1680, deixou-nos suas denominações cóptico-egípcias próprias no texto grego, com suas supostas significações em latim; mas estas, presumivelmente traduções dos originais, não são palavras do léxico. Entre elas, para o zodíaco mesmo temos Ταμετοῦρο εντενίφθα, o que quer que seja. Mas Agnes M. Clerke diz que quando o Egito adotou as figuras gregas o fez com várias mudanças que apagaram sua característica de “um círculo de seres vivos”.

Na Arábia, o zodíaco era al-Minṭaqah al-Burūj, o Cinturão dos Signos, que Bayer quotou como Almantica ou Nitac; e, mais indefinidamente, ele era al-Falaq, o Divisor do Céu [iii].

Na Grécia, ele era τα Δωδεκατημόρια, as Doze Partes, e ὁ Ζωδιακός Κύκλος; mas Aristóteles, o Humboldt do quarto século anterior a nossa era, chamava-o ὁ Κύκλος τῶν Ζωδίων [5], o Círculo dos Pequenos Animais, pois os todos signos, antes de Libra ser introduzida, representavam criaturas vivas. O alemão Thierkreis tem o mesmo significado. Proclo, do nosso século V, chamava-o ὁ Λοξός Κύκλος, o Círculo Oblíquo, que originalmente indicava a eclíptica; mas para Arato, que considerava as garras como distintas de Escorpião, ele era τα Ἔιδωλα δυοκαίδεκα, as Doze Imagens. Já que Homero e Hesíodo não lhe fizeram qualquer alusão, podemos considerar como correto em algum grau a afirmação de que outro poeta, Cleóstrato de Tênedos, tornou-o conhecido na Grécia em cerca de 500 aC, a partir de suas observações no Monte Ida.

Em Roma, ele era comumente o Zodiacus; o Orbis qui Graecē Ζωδιακός dicitur na De Divinatione de Cícero; e o Orbis signiferus ou Circulus signifer, de Cícero e Vitrúvio, o Círculo que traz os Signos, que se tornou Signiportant [iv] no Livre de Creatures, um poema anglo-normando do século XII por Philippe de Thaon. Poeticamente, ele era Media Via Solis e Orbita Solis; o Balteus stellatus de Manílio, o Cinturão Estrelado; e o varii Mutator Circulus anni de Lucano.

O Sigillarius de Bayer provavelmente é uma palavra do Baixo Latim para Pequenas Imagens; e ele quotou Limbus textilis, o Cinturão Tecido, e Fascia, a Faixa, que Ptolomeu usou para a Via Láctea.

A linha de Chaucer em Troilus and Criseyde

e o Signifer mostrava suas velas brilhantes [v]

foi emprestada do In Rufinum de Claudiano, e refere-se ao céu; mas o Astrolabe contém

Este zodíaco celestial já mencionado é chamado de cercle of the signes. [vi]

Noutra parte ele chamou as figuras do zodíaco e este próprio como Eyrish Bestes (Bestas Aéreas) e Cercle of the Bestes (Círculo das Bestas), respectivamente, pois

zodia na língua grega se diz bestas na língua latina;

ζῶα, o termo original no Livro da Revelação, iv, 6, foi traduzido como “bestas” na Versão Autorizada e “criaturas vivas” na Revisada [vii]. Os termos de Chaucer podem ter sido tomados do Formasque ferarum de Ovídio [viii].

Nos manuscritos dos Anglo-Saxões, ele é Mielan Circul Zodiacum, o Grande Círculo Zodiacal, e Twelf Tacna, os Doze Signos; mas seus descendentes, os antepassados ingleses de quatro ou cinco séculos atrás, conheciam-no como Bestiary (Bestiário), Our Ladye's Waye (Caminho de Nossa Senhora), e como Girdle of the Sky (Cinturão do Céu); enquanto a eclíptica era para estes o Yoke of the Sky (Jugo do Céu), ou Thwart Circle (Círculo Transverso), e o primeiro meridiano, o Noonsteede, ou Noonstead, Circle (Círculo do Meio-Dia).

Milton, em Paraíso Perdido, assim explica a obliquidade do eixo da Terra, como se por interposição do Criador:

Há quem diga que Deus mandou aos anjos
Torcer do eixo do Sol, graus vinte e acima,
Da Terra os polos, — o que só puderam
Com grão trabalho conseguir, deixando
O Orbe, antes paralelo, oblíquo agora.
Outros dizem que o Sol ordem tivera
Para do coche seu virar os loros
Indo distância igual, de um lado e de outro,
Do Equador muito além, subindo a Câncer
Pelo Touro, e de Atlante as filhas sete,
E pelos Gêmeos de que Esparta se honra,
A Capricórnio então logo descendo
Pelo Leão, pela Virgem e as Balanças, —
Tudo para alternar em cada clima
As estações que em círculo se mudam. [ix]

Pope, em seu Essay on Man, chamou-o de Solar Walk (Caminho Solar), e, bem antes de seu tempo, suas várias divisões foram chamadas de Houses of the Sun (Casas do Sol) e Monthly Abodes of Apollo (Pousadas Mensais de Apolo).

Dante Alighieri, 1265-1321, designou-o

O círculo oblíquo que conduz os planetas,

e chamou-o de Rubecchio, o termo toscano para uma roda de moinho cujas várias engrenagens foram representadas pelos diversos signos, uma imagem muitas vezes usada pelo grande poeta. Longfellow traduziu isso como a Roda Dentada do Zodíaco. Contudo, muitos séculos, talvez milênios, antes de Dante, o Rig Veda da India já continha:

A roda de doze raios gira ao redor dos céus;
720 crianças em pares [= 360 dias + 360 noites] repousam nela. [x]

E novamente,

Os dentes são doze; a roda é uma; dentro dela se encontram 360 [raios]. [xi]

Uma denominação comum para ele na Índia era Rāsi chakra, a Roda de Signos.

Na vizinha Pérsia, o Bundahishn, ou Criação Original, no dialeto Pálavi, do século VIII ou IX, uma miscelânea curiosamente mista de palavras persas e semitas, menciona as nossas divisões zodiacais como os Doze Akhtārs que conduzem o exército de Ormuzd, enquanto os sete Asvahtārs, ou planetas (incluindo um meteoro e um cometa), lutam para Āryamān.

Porém, os doze signos desse país, assim como aqueles da China e da Índia, foram ajuntados em quatro grandes grupos que marcam os quatro quadrantes dos céus, cada qual com uma Estrela Real ou Guardião; e o Avesta, ou Lei Divina, de Zoroastro, parece mencionar um círculo celestial de figuras equivalente ao nosso zodíaco.

Robert Brown Jr. [xii] afirmou que, na China, os Gōng [xiii], ou

signos zodiacais, são o Tigre (Sagitário); o Coelho (Escorpião); o Dragão (Libra); a Serpente (Virgem); o Cavalo (Leão); o Carneiro (Câncer); o Macaco (Gêmeos); o Galo (Touro); o Cão (Áries); o Javali (Peixes); o Rato (Aquário); e o Búfalo (Capricórnio). Este é de fato um zodíaco; mas, embora as últimas pesquisas [notadamente as do Dr. Terrien de Lacouperie] apontem para uma origem mais ocidental da civilização chinesa [a partir de cerca de 4000 anos atrás] e, até mesmo, (um fato bastante interessante) para a identidade original da escrita ideográfica chinesa com a escrita cuneiforme acadiana, ambas brotando de uma mesma fonte anterior, ainda assim o zodíaco chinês é, evidentemente, independente, não obstante calhar de incluir o Carneiro e o Búfalo, os quais, no entanto, não são Áries e Touro.

Exemplo de uso decorativo do zodíaco, no
famoso relógio astronômico de Praga.
Este zodíaco chinês, no entanto, progredia em ordem inversa à da nossa, oposto ao curso anual do sol no céu, e começava com o Rato. Era conhecido como o Caminho Amarelo, cuja data de formação se situa em algum momento entre os séculos XXVII e VII antes de nossa era, e os doze símbolos utilizados para marcar os doze meses do ano. Foi tomado emprestado, também, pelas nações vizinhas há séculos, e algumas de suas características ainda estão presentes entre elas. Após o estabelecimento dos jesuítas na China, no século XVI, nosso zodíaco foi adotado, seus signos tiveram os nomes traduzidos e são, atualmente, de uso corrente.

Na Inglaterra, Beda, o Venerável, 673-735, substituiu onze dos antigos signos zodiacais por onze apóstolos, no Corona seu Circulus sanctorum Apostolorum (a Coroa ou Círculo dos Santos Apóstolos) posicionando São João Batista adequadamente em lugar de Aquário para completar o círculo. Sir William Drummond, no século XVII, transformou suas constelações nos doze patriarcas da Bíblia; o reverendo G. Townsend fez delas os doze Césares, e houve outras mudanças extravagantes dessa mesma natureza. De fato, considera-se que a Árvore da Vida no Apocalipse seja um tipo de zodíaco,

que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês. [xiv]

Provavelmente, todas as nações da Terra tiveram algum tipo de zodíaco solar, geralmente um de animais. Mesmo no Zimbábue, na aborígene Machonalândia [6], uma terra do sul da África, foi encontrada uma tábua de pedra, de pouco menos que 1 metro de diâmetro, contendo um círculo dos signos zodiacais na borda; e a primitiva tradição mandeia tomava essas figuras como prole de seus espíritos criadores Ur e Rūhā.

Entrada e grande escadaria da Boston Public Library, mostrando o piso ilustrado
com figuras zodiacais, construído para a Feira Mundial de Colúmbia.
Imagem distribuída sob a licença CC BY 2.0 por Boston Pub. Library.
Nota-se bastante, na Europa, e ainda mais frequentemente nos templos do Oriente [7], a introdução das doze figuras nas paredes ou pavimentos das antigas igrejas, catedrais e edifícios públicos, bem como, às vezes, de casas particulares; e, em épocas modernas, todos os visitantes do New York State Building na Feira Mundial de Colúmbia, em Chicago, em 1893, devem ter-se impressionado com o zodíaco octogonal de bronze [8] projetado pelos Srs. McKim, Mead e White, disposto ao chão do hall de entrada, que, embora não estivesse astronomicamente correto, muito acrescentou para a decoração interior dessa bela estrutura.

Por terem as constelações zodiacais extensão desigual, Hiparco dividiu o círculo da eclíptica em doze espaços iguais de 30° cada, que compõem os doze signos ainda em uso nos almanaques e no imaginário popular; mas estes atualmente não mais coincidem com as constelações de mesmo nome, apresentando um deslocamento em cerca de 35° na esfera celeste da posição em que foram formados.

As constelações situadas ao norte ou ao sul daquelas do zodíaco e que nascem ou se põem sincronicamente a ele eram conhecida na Grécia como seus paranatelos.


Notas de Rodapé (do texto original)


[1] De fato, a mesma cautela deve ser exercida com respeito à maioria das transcrições e traduções eufrateanas ao longo deste livro, bem como daquelas chinesas.
[2] Este mito foi encontrado em tabuinhas do reinado de Assurbanipal, que datam de 600 aC, embora supostamente tenha sido originalmente composto em torno de 2350 aC, uma suposição conformada por Père Scheil, que encontrou um trecho desta lenda numa tabuinha que trazia o nome de Ammisaduqa, Rei da Babilônia, 2140 aC. (Nota do Tradutor: No texto original, há dois erros, um na nota de rodapé e outro no texto que se refere este nota. Segundo Allen, George Smith teria descoberto o épico da criação babilônica em 1872. Nesta data, Smith tinha descoberto outra lenda: o Épico de Gilgamesh, que se relaciona com o mito de criação babilônica, mas parece não ser a origem da informação acerca da Mizrātā. A lenda da criação babilônica, ao contrário, foi descoberta bem antes, em 1849, por Austen Henry Layard, embora tenha sido publicada justamente por George Smith em 1876 — o que poderia explicar a confusão de datas e créditos. A tradução acima traz esse erro corrigido. O segundo erro encontra-se na informação sobre Ammisaduqa, que reinou em torno de 1570 aC, quase seis séculos após a data mencionada por Allen. Essa discrepância deve-se provavelmente ao fato de que a cronologia de boa parte dos achados arqueológicos da época de Allen não se baseava em métodos científicos muito precisos, e possivelmente usava a cronologia de eventos bíblicos como comparação. Curiosamente, data do reinado de Ammisaduqa o primeiro registro de observações astronômicas conhecido em todo o mundo — a chamada Tabuinha de Vênus de Ammisaduqa.)
[3] Foi esse Dr. Hyde que primeiramente descreveu os caracteres em forma de cunha das inscrições em Persépolis pelo termo cuneiformes, atualmente uma palavra de uso universal.
[4] Kircher era um eminente matemático e estudioso a quem, como também a Roger Bacon de quatro séculos antes, é atribuída a invenção da lanterna mágica. No célebre poema Hudibras de Samuel Butler, 1663-1678, ele é citado como “o padre copta Kircherus”. Foi ele quem deu início ao estudo moderno dos hieróglifos egípcios.
[5] Esta é a primeira menção ao zodíaco por qualquer escritor existente.
[6] Esta palavra vem da anglicização de Amashuina — os Babuínos — apelido dado pelos Matabeles a seus vizinhos Makalangas, nativos da Machonalândia.
[7] Clerke fornece muita informação acerca disso em seu interessante artigo sobre o zodíaco para a Encyclopaedia Britannica, bem como Brown no volume 47 da Archaeologia.
[8] Este atualmente se encontra na Boston Public Library.


Notas Explicativas da Tradução


[i] Versos do Canto X, 87, d'Os Lusíadas.
[ii] Parece tratar-se de Muḥammad ibn Muḥammad al-Tizīnī. Pouco encontrei sobre este astrônomo.
[iii] Allen traduz essa palavra como “The Expanse of the Sky”, que poderia ser traduzido como “Firmamento” ou “A Vastidão do Céu”. Contudo, a raiz árabe Falaq (فلق) tem o significado de divisão ao longo do comprimento, separação, fissura.
[iv] Verso 362 do Livre de Creatures, de Phillipe de Thaon.
[v] “Signifer” é aquele que porta os signos. Traduzido a partir da versão moderna do poema Troilus and Criseyde, v. 1020, Livro V, disponibilizada pelo sítio “eChaucer — Chaucer in the Twenty-First Century”
[vi] Trecho da obra A Treatise on the Astrolabe, Vol. I, Parte I, §21, de Chaucer. Traduzido do original.
[vii] A Versão Autorizada é uma edição da Bíblia traduzida para o Inglês por determinação do Rei James I, em 1611, por isso também conhecida como Versão do Rei James; a Versão Revisada se trata de uma revisão à Versão Autorizada, feita por eruditos britânicos e norte-americanos, publicada em 1885. Também as diversas traduções da Bíblia em Português apresentam essa nuança de significados, sendo ζῶα ora animais (versão Almeida Corrigida e Fiel) ou animais vivos (versão Católica), ora seres viventes (versão Almeida Revisada) ou criaturas viventes (versão da Sociedade Bíblica Britânica).
[viii] Trecho do verso 78, Livro II das Metamorfoses, de Ovídio. O trecho se insere no verso Per insidias iter est, formasque ferarum; na tradução feita por Raimundo Nonato Barbosa de Carvalho: “a estrada é feita de ciladas e de feras”. Trata-se das exortações de Hélios a seu filho Faetonte que lhe pedira para conduzir o carro do sol. A estrada a que Hélios se refere é a eclíptica, e as feras aludem aos signos zodiacais.
[ix] Versos 668-678, Livro X de Paraíso Perdido. A tradução é de António José de Lima Leitão, disponibilizada em ebook por eBooks Brasil. A tradução mantém a métrica do original e sua força poética, mas não respeita o número original de versos. O trecho aduzido é apresentado em 11 versos na versão original e 15 na tradução de Lima Leitão. No original: “Some say, he bid his Angels turn askance / The poles of earth twice ten degrees and more / From the sun's axle; they with labor push'd / Oblique the centric globe: some say, the sun / Was bid turn reins from th' equinoctial road / Like distant breadth to Taurus with the seven / Atlantic Sisters, and the Spartan Twins, / Up to the Tropic Crab; thence down amain / By Leo and the Virgin, and the Scales, / As deep as Capricorn, to bring in change / Of seasons to each clime.
[x] Verso 11 do Hino CLXI, Livro I do Rig Veda. A tradução para o Inglês feita por Ralph T. H. Griffith, em 1896, indica que Allen provavelmente encurtou o verso para dele extrair apenas o contexto astronômico: “Formed with twelve spokes, by length of time, unweakened, rolls round the heaven this wheel of during Order. Herein established, joined in pairs together, seven hundred Sons and twenty stand, O Agni.
[xi] Verso 48 do Hino CLXI, Livro I do Rig Veda. Como comentado na nota acima, a tradução de Griffith indica que Allen encurtou o verso original: “Twelve are the fellies, and the wheel is single; three are the naves. What man hath understood it? Therein are set together spokes three hundred and sixty, which in nowise can be loosened.
[xii] Robert Brown Jr. foi considerado por muitos um distinto e renomado orientalista inglês durante o século XIX, embora fosse, de fato, um estudioso amador apaixonado pelo tema. Hoje, sabe-se que suas obras estão eivadas de erros e interpretações forçadas. Robert Brown Jr. buscava provar que as demais culturas antigas, incluindo a chinesa, tinham recebido influência direta dos povos semitas. Seus escritos carecem de evidências, como pode ser percebido no apoio à tese de Lacouperie acerca de uma origem ocidental tanto para a civilização, quanto para a escrita chinesas. Gary David Thompson, em seu sítio, enumera diversas resenhas críticas à obra de Brown Jr..
[xiii] Gōng (宫) em Pinyin, que se traduz por “palácio”; usado na astrologia chinesa como uma das 12 divisões em que as estrelas são mapeadas.
[xiv] Apocalipse 22:2, na versão da tradução Almeida Corrigida Fiel.

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